sábado, 31 de maio de 2008

O Homem é como uma Pedra Bruta

Disse Salomão: “O Homem é como uma pedra bruta, cheio de irregularidades, asperezas e imperfeições. Assim como o talhador lapida e transforma a pedra bruta tornando-a polida, assim também o Homem deve lapidar-se e, tirar de si as inúmeras arestas irregulares, deixando apenas aquelas que são estritamente necessárias para lhe dar uma forma regular e perfeita”. Polir a pedra bruta, desbastar todas as arestas imprecisas e irregulares, para poder ser simbolizado por uma forma geométrica, regular nos seus múltiplos aspectos, a pedra cúbica, deve ser a conduta do Homem que procura ser deus em potência e em acção.

Intuição

INTUIÇÃO


O que é a Intuição? Ou, o Sexto sentido?

Para o homem comum, “Intuição” é um dom com que se nasce. Enquanto que para os supersticiosos, “Intuição” tem qualquer coisa de místico e de sobrenatural. Pelo que o conceito de “Intuição” tem diferentes maneiras de compreensão, dependendo da vivência de cada um.

Á partida, não precisamos de ser mágicos, médiuns, ou possuidores de fórmulas e poderes sobrenaturais para termos a capacidade de intuir, uma vez que basta, no dia a dia, estarmos atentos e de mente aberta a tudo o que acontece e nos rodeia.


Muitos de vós, provavelmente, já tiveram aquele “clarão” que os iluminou para a solução de uma difícil decisão, ou já tiveram aquela sensação de que "alguma coisa no vosso interior vos disse" para agirem desta ou daquela maneira. Se já tiveram estas sensações, podem crer que estas foram manifestações da vossa “Intuição” e, não obra do “Além”.


Por exemplo, se tivermos a “Intuição” de que vai ocorrer um acidente, esta “Intuição” resulta apenas de um conhecimento interno sobre possibilidades, não significa que de facto vai ocorrer um acidente. Por sua vez, se esta “Intuição” estiver associada ao medo, então passámos a ter um pressentimento e não uma “Intuição”. Porém, se tivesse ocorrido algo de ocasional e diferente do habitual, como por exemplo, um atraso do transporte para o aeroporto, ou no bar deste, tivesse havido na roupa o derrame acidental de uma chávena de café, e se a este incidente fosse interpretado que era um sinal para não viajarmos, então tratava-se de um presságio. E, um presságio, é precisamente o contrário de “Intuição”, uma vez que o “presságio” não comporta nenhum fundamento lógico. Pois, baseia-se mais em medos e em superstições do que em conhecimentos e em factos observados.


Pelo que não é muito fácil conceituarmos “Intuição”. Se consultarmos o dicionário Universal da Língua Portuguesa, da Texto Editora, encontraremos algo do tipo: “acção de intuir; discernimento; pressentimento;visão beatífica; percepção directa, clara e imediata de uma verdade, sem o auxílio do raciocínio”. E, através desta conceitualização, fica-nos a impressão de que “Intuição”, “pressentimento” e “presságio”, são tudo a mesma coisa, pois vêem o fenómeno da mesma maneira. Então, resta-nos analisar a origem da palavra “Intuição”, para chegarmos a uma conceitualização mais fidedigna com o fenómeno. Ora bem, sabemos que a palavra “Intuição” vem do latim intuire, que significa "ver por dentro". Todavia, pelo exemplo dado, verificámos que o conceito de “Intuição” é muito mais vasto do que o conceito associado à palavra, uma vez que como foi descrito, este varia de acordo com a linha de pensamento. Por conseguinte, se recorrermos ainda ao exemplo dado, podemos conceitualizar que “Intuição” é algo que nos é revelado subitamente, e de forma inconsciente, o que nos dá a ilusão de que “Intuição” é atemporal e metafisico, quando na realidade tratou-se apenas da conclusão súbita de algo que já estava pensado num processo lógico e muito bem definido.

Quanto à importância da “Intuição”, mesmo tendo como pressoposto que é um acto gerado na base num fundamento lógico, não quer dizer que esta esteja sempre certa. Pelo que deve ser encarada, como mais uma forma de prevermos possibilidades. No entanto, por condensar uma série de conhecimentos, podemos considerar a “Intuição” como uma forma de encontrarmos soluções, com uma grande probabilidade de estarem certas. Aliás, podemos reconhecer a importância de termos a capacidade de intuir, em muitos aspectos da vida, nomeadamente, na ciência positivista, uma vez que circulam muitas histórias sobre teorias científicas, que tiveram o seu inicio a partir de uma “Intuição”, para, num segundo momento, serem testadas pelo método científico, o que não deixa de nos surpreender, uma vez que a “Intuição” é gerada por um processo eminentemente interno e, por conseguinte, não pode ser estudada pelo método científico convencional. Na verdade, “Intuição” é um fenómeno mais concentâneo com o estudo filosófico, e não pelo estudo reservado à ciência positivista, a qual só admite como “verdades”, aquelas que foram observadas e analisadas objetivamente.

Por outro lado, temos que ter em consideração, que as emoções são o meio etéreo por onde vagam as nossas “Intuições”. A raiva, a angústia, a ansiedade, a tristeza, formam barreiras que impedem o livre trânsito das soluções intuitivas que todos possuímos, uns mais, outros menos. Para conseguirmos entender o que a “Intuição” nos diz, precisamos calar o “ruido” que as emoções negativas nos produzem. Com o espírito tranquilo e a autoconfiança em ação, podemos não só compreender a nossa linguagem intuitiva, como também podemos desenvolver a devida coragem para seguirmos os nossos próprios instintos.

Escolher uma atitude positiva frente à vida. Acreditar sempre que é possível a superação de todos os obstáculos. Entre diferentes emoções eleger a mais criativa e confiante. As conseqüências dessas atitudes só poderão ser uma vida mais rica, feliz e plena.




Perseverância

Perseverância

Para que o Homem possa realizar a Obra que lhe fora por Deus outorgada, não lhe basta ter somente o Divino poder da “Força de Vontade”. Pois, há Homens que canalizam todas as suas energias para a realização dos seus projectos, à partida, cheios de bons ideais e boas intenções, mas que por ignorarem o rumo que devem seguir para os concretizar, dispersam-se e acabam por ser vencidos nas suas boas intenções. Pelo que a existência duma Inteligência Cultivada, será muito útil para a sua concretização, e torna-se num precioso auxilio para o triunfo da “Força de Vontade”.

Porém, o Homem que quer triunfar na Vida tem que ser também “Perseverante” e determinado, uma vez que o Homem Perseverante finaliza sempre o trabalho a que se comprometeu. E, porque o Homem Perseverante, é ao mesmo tempo racional, por isso, sabe reconhecer as fronteiras dos seus limites, subordinando-se sem contestações a estes, não se sobrecarrega com preocupações e inúteis ansiedades. Logo, está mais disponível para o essencial. Por outro lado, o Homem Perseverante, também é confiante, o que o leva a enfrentar os desafios que lhe aparecem com muita determinação, optimismo, e bom humor.

Claro que para se ser Perseverante e Determinado, é necessário ter uma “Vontade Activa” interior forte e indomável, que também é um dom herdado de Deus. Contudo, é uma qualidade que se pode cultivar, através da obtenção de quatro factores de realização, são eles:
· Aspiração;
· Firmeza de Ânimo;
· Alegria, e;
· Descontracção.
- Com a Aspiração, o Homem desenvolve a indispensável motivação para atingir os objectivos que planeou, ao mesmo tempo que desenvolve o indispensável auto-domínio e a necessária paz interior para a execução desses mesmos objectivos;
- Com a Firmeza de Ânimo, o Homem consegue a estabilidade que lhe permitirá realizar os seus propósitos;
- Com a Alegria, o Homem obtêm a satisfação, a disposição e a necessária leveza do espírito para a conclusão da tarefa a que se propôs;
- Com a Descontracção, o Homem para além de conseguir obter a espontaneidade, obtêm também a tranquilidade e a indispensável confiança nas suas capacidades. E, como a descontracção gera sempre boa disposição, será através deste factor, que ele transmitirá aos demais que está em paz consigo próprio e com o Mundo! Numa mensagem profética de que Deus está dentro de si, e que por Ele a todos saúda, ao mesmo tempo que dele transfere Deus para todos que com ele cruzem!
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Em suma, para concretizarmos a Grande Obra que por Deus nos foi outorgada, temos que ter “Perseverança”. E, para sermos deuses em potência e em acção, temos que ter o Divino poder da “Força de Vontade”.


O Poder da Vontade e a Força do Querer

O Poder da Vontade, e a Força do Querer



Quaisquer que sejam os objectivos que se queira alcançar na vida, para se ter sucesso, é necessário saber desenvolver o esforço consciente, com o qual se encontra o entusiasmo, a orientação para o objectivo, e a conexão com a vontade Divina. Aliás, sendo o Homem um ser criado à imagem e à semelhança de Deus, dispõe geneticamente do “Poder da Vontade” para dominar a sua mente, por forma a impedir que os desejos manifestamente indesejáveis e impróprios venham a expressar-se em pensamento, em palavras ou em acções. Na verdade, é com este Divino poder, que o Homem consegue alcançar a supremacia da mente sobre o seu coração, uma vez que é com este grande poder que ele trava, tempera e racionaliza as paixões que ardem no seu coração.

Todavia, apesar da sabedoria lhe incutir a ideia que caminha para a essência Divina, uma teimosa e silenciosa voz, fala-lhe constantemente ao coração, alertando-o para o facto de para além de caminhar para essa subtil essência, nesta dimensão e nesta Vida, ele é apenas um Homem. Pelo que consciente desta verdade, o seu Eu passa a recear não ter tempo para alcançar tudo quanto nesta Vida gostaria de abraçar, admirar e apreciar, atormentando-o inutilmente com interrogações de quando e como se processará o seu fim.

Porém, apesar de confuso e ansioso, o Homem está consciente da sua verdadeira missão neste Mundo, que é o de dominar e subjugar os quatro elementos, nas suas diversas naturezas, através de uma prática constante de auto-conhecimento e auto-domínio. Aliás, esta Alquimia na sua mais elevada plenitude, podemos considerar que é a Grande Obra Divina, que no início da criação lhe fora outorgada por Deus.

Num antigo texto prescrito por Hermes, é descrito que o domínio do “Poder da Vontade” pode afastar as trevas, vence tudo o que é subtil, e penetra em tudo o que é sólido, já que Tudo é uma coisa só. Através deste ensinamento do grande Hermes, adquirimos o conhecimento que foi através do “Poder da Vontade” de Deus, que Aquele criou o Universo e todas as coisas que pairam e habitam nos muitos corpos celestiais, que são os centros geradores de Vida. Por outras palavras, é através deste hermético ensinamento, que sabemos que foi através do Verbo Divino, ou a “Força da Vontade” de Deus, que o Cosmo e toda a Vida nele existente, foi criada com o Fiat Lux (Faça-se a Luz) da criação. Também, pelas ciências herméticas sabemos, que no Plano Divino, Tudo se cumpre através dos quatro elementos presentes em toda a Natureza, os quais são divinizados ou entronizados pelo Homem. Pelo que destes ensinamentos retiramos que é através da “ Força de Vontade”, poder que nos foi doado por herança Divina, que Tudo se realiza e Tudo se concretiza.

Assim, dado que temos o maravilhoso poder Divino para criar, tal como Ele, então podemos criar tudo aquilo que imaginamos ou que sonhamos, seja para o Bem, seja para o mal. E, porque temos esse maravilhoso dom Divino de criar, então podemos considerar também, que temos a virtude preliminar capaz de sustentar o Templo da nossa vida moral, onde adquirimos energia para o combate aos vícios e às iniquidades humanas. Aliás, por possuirmos esta sublime virtude, obtida através dum processo de evolução lento e contínuo, um dia dominaremos a Arte Real. E, logo que tenhamos o perfeito domínio desta sublime Arte, então, estaremos em condições para colaborar com o Criador na concretização da sua Grande Obra, transformando-nos deste modo em deuses em potência e em acção.

Por outro lado, podemos considerar que a “Força do Querer”, é o poder determinante para a concretização de qualquer objectivo. Aliás, podemos encontrar esta Força descrita em antigas crónicas de feitos bélicos. E, duas crónicas hão em que a “Força do Querer” foi determinante para influenciar a História: a do Almirante Nelson, na batalha de Trafalgar, e a do General Wellington na batalha de Waterloo, uma vez que em ambas, quando tudo aos seus comandantes parecia perdido. Quando tudo parecia indicar o fim. A vitória sobre as forças adversárias tornou-se numa estonteante realidade somente porque esteve latente no campo de batalha a “Força do Querer”.

Com estes dois exemplos da história, devemos deles retirar a lição, que nunca nos devemos render ao fracasso e ao pessimismo como arautos da desgraça. E, que para triunfarmos na Vida, temos que ter a “Força do Querer”.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

A Caminhada Interior

A Caminhada Interior

Já se passaram alguns anos, desde o dia em que iniciei a caminhada por longas leituras que abordavam a espiritualidade, e o esoterismo que a ela está associado. Numa dessas longínquas leituras esotéricas, um tema houve, que me impressionou com assinalável ênfase; li algures, que a caminhada Interior era feita através de alguns exercícios de meditação, os quais como princípio, deveriam ser passados por um cameleiro a um caminhante e, que no final desses exercícios, o caminhante poderia tornar-se num cameleiro, se fosse o seu desejo.

No início, achei estranho os termos usados. Mas, a leitura continuada saciou a minha curiosidade, e compreendi, que o cameleiro é aquele que conhece os caminhos no deserto da vida e pode por isso, guiar o viajante pelo deserto, de um oásis para um outro oásis, de uma felicidade para uma outra felicidade. Aprendi também, que o cameleiro deve ser humilde e limitar-se a puxar as rédeas do camelo.

Por outro lado, o cameleiro deve enfrentar a tentação de se tornar no "guru" do caminhante, deve limitar-se a ser apenas o seu guia e, somente até o final da caminhada. Deve ainda ser franco e, explicar tudo quanto sabe da caminhada ao caminhante, apenas no final dos exercícios e nunca antes. Quanto ao caminhante, este deverá seguir o seu caminho sozinho, e se um dia desejar "passar" a caminhada a outros que demonstrem igual aptidão e interesse, da mesma forma que recebeu o conhecimento desta, com humildade e sem nada cobrar, pois nada lhe foi cobrado, passará a informação já como cameleiro a novos caminhantes.

Sei que aprenderei muito mais como cameleiro do que como caminhante, pois o acto de instruir é sempre muito mais desafiador e gratificante. Como cameleiro, a nossa caminhada fará com que a nossa confiança aumente de dia para dia, ao mesmo tempo, que assistimos às maravilhas que se propagam não só em nós, mas também nos nossos caminhantes.

Através do roteiro da viagem pelo mais profundo do nosso ser, compreendi que a técnica da caminhada era muito simples: O primeiro exercício, é o de olhar para o Sol, ao amanhecer ou ao anoitecer, quando o Sol estiver a menos de trinta graus da linha do horizonte. Nesse momento, devemos escutar o nosso coração, por um período de cinco a dez minutos. Este exercício deverá ser feito no mínimo, três vezes no período de sete dias. Depois, o caminhante deve procurar o seu cameleiro e fazer o relatório das suas experiências e das suas sensações. Então, o cameleiro, depois de ter analisado o relatório do caminhante, deve pedir a este para repetir o exercício, se este não foi convenientemente ultrapassado, ou pelo contrário, ensinar-lhe-á o próximo exercício se este foi ultrapassado com sucesso. Deverá sucessivamente proceder deste modo exercício após exercício.

Outro aspecto não menos importante, é o sigilo atribuído às caminhadas. Um caminhante nunca deverá comentar a sua caminhada com nenhuma outra pessoa que não seja o seu cameleiro, e o cameleiro não deve comentar a caminhada de nenhum de seus caminhantes sem que seja com outro cameleiro, a título somente de consulta ou de troca de ideias. Sempre que um cameleiro se sinta impedido de continuar a "passar" os exercícios, deverá indicar outro cameleiro da sua confiança, para que o caminhante não interrompa a sua caminhada para o seu oásis. Caso um caminhante venha a sentir a necessidade de mudar de cameleiro, este deverá ser franco e pedir que lhe indique um outro cameleiro para continuar a sua caminhada.
Descobrir o nosso próprio interior, através de uma jornada que nos fará emergir a verdade, sobre “QUEM SOMOS?”, “DE ONDE VIMOS?” e “PARA ONDE VAMOS?”, é essencial para encontrarmos o nosso equilíbrio espiritual. Só pela descoberta destas supremas verdades, já é razão mais que suficiente para que prestemos toda a atenção aos ensinamentos dos nossos Mestres, tal como o caminhante presta atenção ao seu cameleiro. Saibamos por isso ser caminhantes ou cameleiros, Aprendizes ou Mestres para que os oásis nesta vida não venham a ser meras miragens.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

As Sete Leis Herméticas

As Sete Leis Herméticas

A Lei do Mentalismo - "Penso, logo existo"

Esta é sem dúvida a mais importante de todas as leis herméticas, uma vez que nela estão contidas todas as outras. O TODO (ou seja, a realidade que se oculta em todas as manifestações do nosso universo material) é composto por Espírito, que por conseguinte é Incognoscível e Indefinível em si mesmo. Contudo, o TODO pode ainda ser considerado como uma Mente Vivente Infinita e Universal. E, assim definido, concluimos que o Universo é mental, o que significa que todo universo fenomenal é simplesmente uma criação mental do TODO. Pelo que podemos considerar que existimos na Mente do TODO, e como tal, somos também seres mentais e criamos com a nossa mente, à imagem e semelhança do TODO. Uma outra maneira de definirmos o TODO é considerarmos que: "tudo existe na mente do Deus e da Deusa que nos 'pensa' para que possamos existir. Que toda a criação principiou como uma idéia da mente Divina, que continua a viver, a mover-se e a ter o seu ser na divina consciência. E que toda a matéria são consciência do processo de evolução. E, como estamos ligados a uma mente Divina que contem todo o conhecimento, este flui e reflui da nossa mente.

Naturalmente, que em qualquer momento das nossas vidas, não estamos conscientes de "todo o conhecimento", uma vez que seria uma tarefa exorbitante e de dificil processamento. Se tentássemos absorver “todo o conhecinento” existente numa mente Divina, certamente que ficaríamos loucos. Pelo que os nossos cinco sentidos defendem-nos dessa calamidade, ao actuarem como filtros de informação, bloqueando um considerável volume desta,. que nos chega a todo o momento, através dos sons, cheiros, imagens e ideias.

Depois desta caracterização, estamos aptos a compreender a razão porquee num certo dia, um velho mestre do Hermetismo, proferiu: “ Ao compreenderes a verdade da Natureza Mental do nosso Universo, estarás muito avançado no Caminho do Domínio”.

A Lei da Correspondência - " O Universo Holográfico "

A compreensão desta lei ajuda-nos a explicar todos os fenómenos da Natureza e a compreendermos a própria existência da vida, uma vez que através desta lei somos iluminados a compreender que “o que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima”. Pelo facto desta lei habilitar o homem inteligente a raciocinar do Conhecido ao Desconhecido, ou vice-versa, torna-se numa das mais importantes leis Herméticas. E, tanto mais que ela nos faz recordar de que vivemos em mais do que um mundo, ou seja, faz recordar-nos que vivemos nas coordenadas do espaço físico, e ao mesmo tempo, que também vivemos num mundo sem espaço e sem tempo. Aliás, este alheamento à existência de outros domínios, para além do domínio material e visivel, deve-se à influência da prespectiva da Terra, que nos impulsiona a focar a nossa atenção somente no microcosmo. Pelo que estamos impedidos de nos aperceber da existencia do imenso macrocosmo que nos nvolve.

Na verdade, este fenómeno que nos insensibiliza para a persepção da existência de outros domínios existentes acima e abaixo de nós, pode ser explicado com o recurso à ciência moderna, nomeadamente pela que trata o estudo dos hologramas, que como sabemos, são uma imagem criada pela sobreposição de duas ondas emanadas pela mesma fonte luminosa, sendo uma aquela que envolve o objeto, e a outra aquela que projeta a luz da primeira, que por sua vez, quando iluminado por um terceiro feixe, cria a ilusão duma projecção em três dimensões. Neste processo, o holograma pode ainda fragmentar-se num infinito número de vezes, originando um sem número de cópias da mesma imagem, mantendo sempre as características originais do original, ou seja, a parte do todo, e o todo nas partes. Assim, tal como a ciência moderna interpreta o fenómeno holográfico, o nosso cérebro também interpreta a realidade concreta, admitindo a intercepção das freqüências vindas de uma outra dimensão que transcende o nosso tempo e o nosso espaço, que nos conduz ao domínio do TODO.

A Lei da Vibração – “A Dança do Universo”

Esta Lei Hermética explica-nos que tudo no nosso Universo está em constante movimento, ou seja, explica-nos que tudo se movimenta, e que tudo vibra com o seu próprio regime de vibração. Pois, segundo esta lei, nada que faça parte integrante do Universo está em repouso. Tudo gira! Desde as Galáxias às partículas sub-atómicas, tudo está em movimento, dado que tudo está em constante evolução.

Este princípio é-nos facilmente compreensível, uma vez que a ciência moderna já o confirmou através das suas observações e descobertas. Pelo que através desta lei, podemos compreender, que as diferenças entre as diversas manifestações da Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam somente das ordens variáveis de Vibração. Desde o TODO, que é o puro Espírito, até à forma mais grosseira de Matéria, tudo está em constante vibração. E tanto mais que a ciência moderna reconhece que todos os objectos materiais são feitos de átomos, e que a enorme variedade de estruturas moleculares não é rígida, ou imóvel, dado que oscila de harmonia com as temperaturas e com as vibrações térmicas do seu meio ambiente. Portanto, através desta, reconhecemos que a matéria não é passiva, ou inerte, como nos pode parecer visualmente, mas cheia de movimento e de ritmo. E como este ritmo assemelha-se uma dança, daí deriva o nome, a “Dança do Universo”, dado que tudo no Universo se movimenta ao seu próprio ritmo, que nada neste está perdido, e que as vibrações nele emitidas são eternas. Pelo que concluimos, que todos somos seres pulsantes num universo vibrante, e que ao elevarmos o nosso espírito nos campos de vibração mais subtis, entramos em sintonia com o TODO, ou seja, entramos em sintonia com a Mente Superior, recebendo Desta os benefícios que emana para todo Universo.

A Lei da Polaridade – “Opostos da Mesma Coisa”

Através desta lei consideramos, que tudo é Duplo; que tudo tem pólos; que a energia positiva é tão boa como a energia negativa, que tudo tem o seu oposto; que o igual e o desigual são a mesma coisa; que os opostos são idênticos em natureza mas diferentes em grau; que os extremos tocam-se; que todas as verdades são meias-verdades; e que todos os paradoxos são reconciliáveis. Pelo que através do princípio da Polaridade, compreendemos, que a Luz e a Obscuridade são a mesma coisa, embora manifestada em variações e em graus diferentes. Este princípio explica-nos ainda, que o Amor e o Ódio são dois estados mentais com aparência totalmente diferente, mas que na realidade são iguais, uma vez que exprimem o mesmo sentimento em graus diferentes.

Na verdade, através desta lei podemos considerar, que a polaridade é a chave do poder, uma vez que sendo tudo dual, e que os opostos são apenas extremos da mesma coisa, ao conhecermos esta lei, podemos modificar a polaridade dos sentimentos, e transformar o Ódio em Amor, a Raiva em Perdão, a Tristeza em Alegria e até, a Doença em Saúde.

A Lei do Ritmo – “A Forma do Bailado”

Para compreendermos a lei do Ritmo temos que reconhecer que o Universo, da forma como o conhecemos, é influenciado por um constante fluxo e refluxo e, por um movimento de atração e outro de repulsão, que o torna tão complexo e ao mesmo tempo tão perfeito. Aliás, podemos constactar este movimento na simples observação do movimento dos Planetas, e dos estados mentais do Homem.

Esta lei hermética assegura-nos que cada ciclo procura a sua complementariedade, e que nem tudo é o que parece. Por exemplo, que o movimento linear das ondas do mar esconde o movimento circular de cada gota de água que a compõe e, que a Roda da Vida gira eternamente, completando círculos, onde as suas manifestações estão somente visiveis nas alterações do dia e da noite, nas mudanças das Estações do ano e na vida que se processa através do nascimento, crescimento, maturação, morte e renascimento.

A Lei do Género – “Os Masculinos e Femininos Universais”

A lei do Género é semelhante ao princípio "anima" (poder feminino) e "animus" (poder masculino) que Carl Jung e que seus seguidores popularizaram, ou seja, que cada pessoa carrega aspectos femininos e masculinos, independente de seu género físico. Assim, consideramos que cada pessoa contém aspectos masculinos e femininos, independente do seu género físico, pelo que nenhum ser humano é 100% homem ou mulher, e isso até é astrologicamente explicado, uma vez que todos somos influenciados por todos os signos (uns mais, outros menos), e como sabemos, metade do zodíaco é feminino, enquanto que obviamente a outra metade é masculina. Aliás, este é mais um argumento que suporta a igualdade entre Deus e Deusa.

Na verdade, a lei do Género manifesta-se em tudo, uma vez que tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino. Pelo que o princípio feminino e masculino está sempre presentes, seja no plano físico, seja no plano mental e espiritual. Claro, que no plano físico este princípio manifesta-se sexualmente, enquanto que nos planos superiores apresenta-se noutras formas de manifestação. Todavia, na sua essência é igual. Pelo que podemos deduzir que todas as coisas manifestadas no género masculino possuem também um género feminino, e que todas as coisas do género feminino contém também um género masculino, ou seja, que em todas as coisas existe uma energia receptiva feminina e uma energia projetiva masculina, a que os chineses chamavam de Yin Yang e os mestres do esoterismo chamam de Deusa e Deus.

A Lei da Causa e Efeito – “a Acção e Reacção do Universo”

Esta lei hermética reflecte-nos de que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. E que nada acontece sem uma razão lógica, mesmo se nós a desconhecemos, o que conduz a que o Acaso é simplesmente um nome que é dado a uma lei não reconhecida.
Assim, através desta lei podemos concluir, que todos os actos bons trazem como conseqüência efeitos bons. E, que todos os os actos maus, trazem sempre efeitos maus, ou seja, por outras palavras, “quem semeia ventos colhe tempestades”. “Quem planta o amor colhe amor”, dado que esta lei determina que sendo a semeadura livre, a colheita será sempre obrigatória. E, sempre colhemos somente o que plantarmos. Nninguém poderá colher maçãs se plantou pereiras. Como nada escapa a esta lei, devemos antes de mais, controlar a nossa mente e os nossos actos, para que possa-mos colher bons frutos.

A Catedral Interior

A Catedral Interior


Se interrogarmos o mais comum dos mortais, para que nos explique o que é uma Catedral gótica? De certo, que ele nos dará como resposta, que uma Catedral é o Palácio de Deus. Mas, se a intensidade da fé desse mortal for imprecisa e pouco segura, então, ele dar-nos-á como provável resposta: que uma Catedral é um lugar destinado à meditação e à oração. Porém, se interrogarmos um herdeiro das herméticas tradições Templárias, provavelmente, responder-nos-á qualquer coisa como: uma Catedral, tanto poderá ser o nosso “Caminho na Terra”, como poderá ser o nosso “Templo Interior”. Pois, tal como aqueles belos livros de pedra rendilhada a furar os Céus, escondem e expõem conhecimentos, o nosso “Templo Interior” expõe as nossas virtudes, e esconde os nossos erros; mostra as nossas esperanças, e ofusca as nossas decepções.
Assim, o Iniciado consciente da sua Fé, constrói na Terra a sua Catedral Interior para que a sua vida nesta seja correspondente àquela que espera vir a ter nos Céus, e deste modo, o Iniciado parte simbolicamente de Aprendiz, passa por Companheiro, e ao concluir a edificação da sua Catedral Interior, chega finalmente a Mestre.

No contexto medieval, a Catedral gótica também tinha a imagem de ser o Céu na Terra, dado que oferecia ao crente uma forte impressão do sagrado e do Divino, tanto pelo seu forte simbolismo, que se agarra às paredes, que se esconde nos nichos e que se suspende das abóbadas, como pela majestade e solenidade das imagens dos apóstolos e de Deus a olharem-no de cima para baixo, como que a analisarem o seu verdadeiro intimo. E, tal como a Catedral de pedra, é erguida de harmonia com o Verbo e, não por consequência de um qualquer racionalismo, também nós erguemos a nossa Catedral interior na mais pura base de uma forte formação moral; nas acções que praticamos no dia a dia; e pela beleza dos nossos pensamentos, os quais poderão conduzir-nos para além do finito, do tempo e do espaço que conhecemos como mortais.

Por outro lado, se a Catedral de Pedra representa nitidamente os dois mundos da vida terrena: o mundo exterior, onde a história da imortalidade é vivenciada na estatuária e nas histórias contadas pelos coloridos vitrais, e o mundo interior, é representado pelo espaço, grandiosidade, silêncio, paz, e pura luz que vem do alto, o sagrado de uma Catedral Interior, está no nosso pensamento, que nos conduz à imaginação de um Universo transcendente, berço de infinitas vidas. Pelo que tal como a Divindade habita na Catedral de pedra, podemos considerar também, que o nosso “Eu” habita na nossa Catedral Interior, em perfeito silêncio e em harmonia com Esta, e que o mundo exterior a este Templo Interno, é um mundo profano, confuso e cheio de ruido, que nos impossibilita concretizar a nossa verdadeira missão espiritual, enquanto tripulantes desta nave planetária de sucessivas gerações.

Os Cavaleiros Templários, que para além de outros feitos, se notabilizaram na construção das Catedrais góticas, por terem o conhecimento secreto, de que construir significava muito mais do que edificar uma estrutura, pois, tanto para eles como para o verdadeiro crente, construir significa ter a capacidade de gerar espaços e lugares que propicionam a união da Terra ao Céu, o que faz com que através da construção, o Homem se ligue ao Divino e ao Sagrado, formando deste modo a unidade. Pelo que deste modo, reconhecemos que os Cavaleiros Templários tinham a interiorização e o conhecimento necessário para compreender os valores harmónicos que emanam de uma Catedral gótica.

Todavia, não é necessário sermos Iniciados nos mistérios dos Cavaleiros Templários, para sentirmos o sagrado de uma Catedral gótica, uma vez que este está expresso tanto nas suas dimensões e volume, como está espresso nas imagens que ostenta e na qualidade da luz filtrada que projecta para o seu interior.

Agora, que conhecemos a nossa Catedral Interior, entremos na nossa câmara de reflexão, pelo holograma da porta da Deusa, à semelhança e imagem da porta que nos permitiu entrar nesta nave planetária, para que o nosso recolhimento espiritual seja meditativo e primordial, tal como o faríamos no interior da Catedral de pedra. Pois, tal como naquela, quando entramos na nossa Catedral Interior, para além de suspendemos a confusão dos nossos pensamentos, suspendemos também o turbilhão dos nossos apegos e dos nossos anseios, e neste estado de pureza e de leveza absoluta, preparamo-nos para aumentar a pequena Luz que habita no nosso “Eu”, uma vez que é quando com sinceridade nos entregamos à meditação e à reflexão, que aquela pequena e timida Luz que habita no nosso peito, aumenta de intensidade. Essa timida Luz que conhece os nossos mais íntimos segredos, não tem comparação com outro qualquer fenómeno, uma vez que aquela Luz que se agiganta no nosso coração, que o toma por completo, propaga-se em simultaneidade, tanto ao nosso pensamento, como a todo o ambiente que nos rodeia e envolve, fundindo-se instantaneamente com a Luz que ilumina toda a nave planetária.

Agora que conheces a tua Catedral Interior, quando visitares o teu Templo sagrado, lembra-te desta mensagem, pois estás no palácio de Deus, e por conseguinte, aproveita para purificar o teu pensamento, por forma a que o teu espírito esteja sempre pronto para integrar essa Luz Eterna, que em cada dia nos ilumina com a sua Sabedoria, com a sua Beleza e que nos dá a sua Força, para continuarmos a nossa viagem galáctica que um dia iniciámos, e que nunca chegaremos a ver o fim.